sexta-feira, 27 de março de 2009

Corpo?


Quem és tu corpo estranho, que insistes em tentar mostrar quem sou? Quem és tu que desde sempre me acompanhas e há tanto que és só manhas?
Já disse que não - não preciso dessas grades. Tanta teimosia, rebeldia e fantasia.
Já disse que não - não preciso de aparência.
Não és eu, eu não sou tu, não somos um. Estou cansada dessas ordens - elas no fundo são só desordens... Desaparece!
Já disse que não - hoje não me apetece. Não me apetece ouvir-te e muito menos sentir-te.
És maldoso, és conflituoso. És uma imagem distorcida e retorcida. E ainda assim persistes -persistes em embaciar o espelho e em reflectir alguém alheio.
Já disse que não - que não te quero. Quero barreiras e fronteiras.
Tantos em busca da dualidade. Mas para quê? Todo tu és falsidade.
Quem és tu corpo estranho?