segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Passou


Não me conheço. Sou tudo o que odeio - a frustação do que ambiciono ser.
Preciso da música - da música que invadia os corredores da escola, que invadia as salas de aula. Preciso da criação - dos materiais, do desenho, dos projectos, da cor, da forma e da textura. Preciso da admiração - da admiração pelos que me fizeram aqui chegar. Preciso do tédio. Preciso das crianças. Preciso da atenção - da qual protestava e vomitava. Preciso da dança. Preciso de casa - da qual tantas vezes me apeteceu fugir.
F*ck this, f*uck Psychology.

6 comentários:

Anónimo disse...

nunca me vou dar a faltar a ti.

Anónimo disse...

É quando tudo muda que olhamos para o passado de um modo diferente. E, por vezes, apercebemo-nos de que a mudança, até de pequenas coisas rotineiras, nos deixa um vazio difícil de preencher.
Mudar, seguir um novo rumo, deixando para trás tudo o que foi o nosso chão durante muito tempo, abala as nossas certezas, testa as nossas convicções, deixa-nos vulneráveis à confusão dos sentimentos e à ansiedade da incerteza.
Mas penso que tudo isto tem um lado positivo, pois é nestes momentos que se abrem as portas para as novas conquistas e um verdadeiro crescimento pessoal.
Porque o que realmente nos marca e nos faz saudade vem sempre connosco no coração. E se ao olharmos para trás vemos que tivemos capacidade para criar momentos felizes, então podemos confiar em nós para lutarmos para preencher a vida com momentos desses no futuro.
O passado não deve existir para nos deitar abaixo mas sim para dar força para seguir em frente.

Acredita em ti

Ana Luísa

Filipe disse...

Realmente, passou. Bons e maus momentos, que não mais voltam. De nada serve pensar insistentemente naquilo foi e/ou naquilo que poderia ter sido pois tudo isso, embora tenha já sido deixado para trás ou nunca tenha chegado a existir, encontra-se ainda presente em tudo aquilo eu somos e fazemos. E encontrar-se-á em tudo aquilo que seremos.
Dizes que não te conheces. Talvez te conheças tão bem quanto alguém se pode realmente conhecer. Ninguém é tudo aquilo que desejaria ser, nem aquilo que os outros desejaríamos que fossemos, essa frustação não é mais do que a impulsionadora da eterna viajem de auto-descobrimento e aperfeiçoamento do ser humano. Pobre daquele que não a sente, pois estará sempre preso aquilo que é agora, ao passo que o frustrado prossegue a sua eterna metamorfose. No entanto, certamente que não és "ninguém", não para mim nem para todos aqueles que te conheceram.

Parabéns por um belo texto,

Filipe Morais

Diana B. disse...

Obrigada Ana Luísa e Filipe!
Realmente não vale a pena aprisionarmo-nos num passado perto ou distante. Há apenas que aproveitar o que ele nos trouxe, as suas pegadas no nosso ser.
Beijos*

air disse...

Pois é, o passado, por muito passado que seja faz sempre parte de nós. E esta escola fica vincada por dentro para o resto da vida. É muito tempo dentro das mesmas rotinas, de que falavas. Mas a vida também se vive fora dos muros cor de rosa e a boa noticia é que as portas estão sempre abertas, para vires matar saudades.
mas o caminho é para a frente.

um grande abraço e toca a desenhar!

Diana B. disse...

Não posso! :O
Sim, volto. Volto assim que puder. Preciso de um toque do passado...Também de coragem para tal.
O desenho? Descobri que é o meu melhor e maior companheiro... Na realidade, o único. Pelo menos o único sempre presente.
Saudades!*